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CONSTRUÇÃO COLETIVA

PROJETO DE ARTICULAÇÃO DA EDUCOMUNICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

VULNERÁVEL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE.

A novidade da experiência no Projeto de Articulação da Educomunicação reside fundamentalmente na possibilidade de formação de redes de comunicação abertas e dinâmicas e de trabalho colaborativo em espaços educacionais formais e não formais, dando sentido à multiplicidade de processos comunicacionais em ação. e importância que garantam uma melhor qualidade de encontros e relacionamentos.

“… Cada um… tem em si uma identidade pessoal, capaz de entrar em diálogo com os outros e com o próprio Deus. A capacidade de reflexão, argumentação, criatividade, interpretação, elaboração artística e outras capacidades inéditas mostram uma singularidade que transcende a esfera física e biológica. ” 1.

Trata-se de favorecer a formação integral de parceiros sociais que construam em relação aos outros o sentido dialógico e crítico de sua própria essência como pessoa2.

A experiência interinstitucional tem possibilitado à equipe coordenadora gerar uma dinâmica de esforço conjunto para uma construção coletiva significativa e esclarecedora na elaboração de um trabalho consensual de educomunicação, em diálogo com as correntes contemporâneas e ao mesmo tempo.

de reflexão sobre a práxis de educomunicação vivida em nossos povos latino-americanos e caribenhos.

Prática baseada nas grandes linhas de investigação que sustentam a razão de ser da educomunicação como paradigma contemporâneo da linguagem polissémica e que responde à necessidade de saber habitar a nascente cultura digital com tudo o que dela emerge em termos de formas, novas linguagens, manifestações, dinâmicas e processos comunicacionais, sociais, religiosos com o propósito de integrar e gerar transformações efetivas que promovam uma melhor qualidade de vida e relacionamento nas novas gerações.

É assim que a importância de buscar meios que forneçam respostas oportunas à necessidade de habitar a cultura digital faz sentido na equipe. Este é um dos desafios que a abordagem do projeto reconhece porque “… os media e as tecnologias são para os jovens lugares de desenvolvimento pessoal que, por mais ambíguo e mesmo contraditório que seja, os torna o seu próprio território…” .3

A educomunicação assume-se a partir de uma abordagem conceitual que a coloca como “um novo campo interdisciplinar com referenciais teórico-metodológicos próprios”, 4 caracterizada pela atitude de busca permanente por respostas conceituais aos novos contextos sociais, culturais e comunicacionais da sociedade contemporânea.

A partir desta reflexão, é possível compreender Ismar de Oliveira ao argumentar que “Os novos ciberespaços educacionais implicam um avanço espetacular e ao mesmo tempo… obrigam os educomunicadores a ter mais consciência do sentido dialógico, solidário, pessoal e intercultural e diferenciam claramente a comunicação da campo dos dispositivos, programas ... enfocar os processos sociais e pessoais, a reflexão coletiva, a participação e a busca comum e criativa de soluções para os problemas próximos e distantes do mundo ... ”.5

A metodologia de educomunicação vivida pela equipe permite que ao final de uma primeira etapa se possa afirmar que o primeiro motor da educomunicação é o encontro, que estabelece redes na diversidade de experiências, cria um clima de interações e respeito aos contextos, cenários, processos que se vão desenvolvendo6, tendo em conta a riqueza e heterogeneidade de quem passa a compor a equipa coordenadora.

O ecossistema de educomunicação gerado tem dado equilíbrio, desde a simultaneidade de processos e vivências, à articulação da teoria e da práxis na experiência sempre assertiva de encontros virtuais e presenciais que, seguindo o pensamento de Barranquero7 (2007), garantem a busca de articulações coletivo e dialógico a partir do uso de processos e ferramentas de comunicação, para garantir o progresso e a formação integral.

Esta forma inovadora de organização teve como características pessoais a responsabilidade na participação dos membros da equipa, o pertencimento institucional e a riqueza da contribuição que o próprio profissionalismo tem vindo a oferecer, como características de grupo. Assim, foi gerado um ambiente empático, de valorização das diferenças e de assunção de tarefas de acordo com o potencial que cada um pode oferecer.

O primeiro momento de conhecimento da equipe e de seus integrantes foi impregnado de simplicidade, familiaridade e convergência de pensamento na diversidade de experiências, o que permitiu uma primeira abordagem conceitual do tema que nos unia.8

Posteriormente, foram delineados dois subgrupos de trabalho dedicados à coleta de entrevistas e histórias de vida de teóricos da educomunicação.

e um segundo grupo para a identificação de experiências para sua posterior sistematização, finalmente um terceiro subgrupo é constituído para a implantação do portal educom, que é um dos produtos mais significativos do processo.

Os três seminários desenvolvidos neste primeiro tempo de trabalho foram atendidos na qualidade dos processos comunicacionais e na análise da natureza de cada evento. No primeiro, foi possível identificar a importância do conhecimento mútuo e da projeção para a qual se dirigia, de tal forma que a preparação para este primeiro seminário foi marcada por uma rica experiência de encontros virtuais, todos sistematizados e organizados de tal forma que os primeiros O encontro presencial articulou as reuniões virtuais que antecederam o evento, mantendo a equipe em comunicação e identificada com os objetivos fundamentais do projeto.

O segundo seminário, preparado com uma grande série de encontros virtuais, reuniu 15 produtores de experiências educomunicativas na América Latina, gerando novos processos marcados pela transversalidade, simultaneidade e convergência de visões, provocando nos participantes a identificação de emergências, a primeira da formação no campo metodológico da educomunicação, bem como na socialização e enriquecimento de experiências.

Verifica-se que não é possível falar de educomunicação sem a identificação de indicadores que garantam a transformação da pessoa em todas as suas dimensões e garantam a qualidade dos parceiros sociais que são acompanhados nos processos, desde o campo educativo-comunicativo, em contextos formais e não formal.

Por outro lado, a construção coletiva do portal educom trouxe consigo a aplicação de uma série de estratégias de trabalho colaborativo a partir da abordagem educomunicativa: análises, debates, trabalho em pares, diálogo, documentos de estudo, grupos de discussão, entre outros, tudo em um clima sereno, não de competição mas de acolhimento, escuta e enriquecimento mútuo.

“… Tendo em conta que os elementos constitutivos da ideologia traduzidos pelo conceito de educomunicação. São de coexistência produtiva, criativa e colaborativa ... com as tecnologias de informação e, em terceiro lugar, a gestão dos processos de comunicação dentro do ecossistema educacional ... ”.9

Neste ponto, a estratégia não só nos leva a percorrer a nova metodologia, mas também a propor uma que favoreça educadores, animadores, comunicadores, crianças e adolescentes para que seja possível habitar a cultura digital emergente, com responsabilidade pessoal e compromisso social, promovendo o diálogo circular , aberta e comprometida no encontro com o outro.

Nesse sentido, o Papa Francisco ao falar da ecologia humana afirma: “Neste universo, feito de sistemas abertos que se comunicam entre si ... é possível ... descobrir inúmeras formas de relacionamento e participação ...” 10, assim como com o diversidade dos ambientes sociais latino-americanos.

O ambiente de educomunicação do projeto tem se caracterizado por promover a interação de formas e trocas verbais entre os membros do grupo. A contribuição individual tem sido valorizada, promovendo o desenvolvimento de competências pessoais e de equipe, criando sinergia pelo aproveitamento do conhecimento e da experiência dos integrantes, evidenciando a significância dos quatro saberes propostos por Delors: aprender a ser, aprender a aprender, aprender a saber, aprender a conviver 11.

O portal adquire importância na consolidação do projeto por ser considerado a carteira de identidade na rede12 e a possibilidade de socializar uma proposta aberta ao enriquecimento não só conceitual, mas sobretudo metodológico e de aprendizagem compartilhada.

Isso permitirá a transformação de contextos e cenários na perspectiva da educomunicação, sob o enfoque do documento de Aparecida em que,

Reconhecendo a importância do ecossistema comunicativo da sociedade atual, a Igreja e seus pastores se comprometem publicamente a traçar um caminho junto aos comunicadores, acompanhando e estimulando iniciativas neste campo, o que implica uma mudança considerável e qualitativa de mentalidade.13

Desta forma, é possível realizar efetivamente o objetivo principal do projeto, que se apresenta como a possibilidade de Articular14 processos, áreas de intervenção e eixos transversais de Educomunicação no desenvolvimento solidário de crianças e adolescentes da América Latina e Caribe, com ênfase na liderança da comunidade, aberta ao diálogo crítico e construtivo com novos contextos socioculturais, gerando ecossistemas comunicativos dinâmicos e democráticos a serviço do bem comum15.

1 Cf. Papa Francisco No 81 2 Cf. APARICI e outros, 2010, Educomunicação além 2.0, cap. 1 Editorial Gedisa, Barcelona, Espanha. 3 MARTÍN BARBERO, Jesús. "Prologo", in BACHER, Silvia. Tattooed by the Media, Dilemmas of Education in the Digital Age, Buenos Aires, Paidós, 2009, p. 14. 4 Cf. SOARES DE OLIVEIRA, Ismar 2002, Redes, gestão e cidadania, pág. 100 uma análise da comunicação Ed. Abya Yala, Quito- Equador 5 Cfr. SOARES DE OLIVEIRA, Ismar 2013, Entrevista, Revista Comunicar https://revistacomunicar.wordpress.com/2013/03/06/aularia-entrevista-a-ismar-de-oliveira-soares- em torno-da-palavra-na-prática-da-educomunicação /. 6 Cf. ROMANI COBA (coordenador e outros) Aprendizagem invisível para uma nova ecologia da educação, coleção transmídia do século XXI. 7 Cf. BARRANQUERO, Alejandro, 2007, “Conceito, instrumentos e desafios da educomunicação para a mudança social”, em: Comunicar , Vol. XV, No. 29, Universidade de Huelva. 8 Cf. Documentos de trabalho da educomunicação. 9 Cf. SOARES DE OLIVEIRA, Ismar Educação para a mídia participativa: a perspectiva do Bacharelado em Educomunicação, USP - Brasil http://www.educacionmediatica.es/comunicaciones/Eje%202/Ismar%20de%20Oliveira.pdf 10 Papa Francisco, Laudato Si ', No 79 11 DELORS Jacques, 1997. Educação contém um tesouro: relatório à UNESCO da Comissão Internacional de Educação para o século XXI, Ed. UNESCO Courier 12 APARICI R. 2010 Educomunicação além de 2.0 , Editora Gedicia, Bogotá Colômbia 13 Cf. Documento de Aparecida. Ed. Paulinas Nº 486 14 Cf. MOLLO R., (2015) Navegando no novo continente da educação-comunicação: educomunicação, uma estratégia para o encontro. 15 Cf. Objetivo do projeto de articulação da educomunicação no desenvolvimento solidário de crianças e adolescentes da América Latina.

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